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terça-feira, 1 de maio de 2012

Aécio Neves, o mal-ajeitado...

O ex-governador Aécio Neves tenta se desvencilhar de Demóstenes, como este o tentou de Cachoeira. O senador goiano, angelicalmente, explicou estar chocado, pois acreditava que o bicheiro havia se regenerado. Aécio, por sua vez, declara inocência na contratação da sobrinha do marginal em questão, por não saber do parentesco. São dois mal-ajeitados, mas aqui vou me ater apenas em Aécio. Segundo os dicionários, “mal ajeitado” é sinônimo de muitas coisas, desde mal arrumado, mal acabado, desalinhado, deselegante, ou ainda indecoroso, ímprobo e desonesto. Certamente que deselegante ou mal arrumado Aécio Neves não é. Acredito que o adjetivo que melhor lhe cai é “parrana”, também sinônimo de mal-ajeitado, porém com um viés mais próximo da bandidagem, malandragem ou vadiagem, além de também ser definição de improbidade e desonestidade. Quanto ao caráter, a dissimulação o define com propriedade singular. Os dissimulados não têm (porque escondem) opinião própria, são pouco corajosos (pra não dizer covardes) e adoram se dar bem em qualquer situação. É a cara do Aécio. Alguns ingênuos comparam o ex-governador mineiro com o senador Fernando Collor. Aécio aperfeiçoou a arte de manipular e o embuste do ex-presidente, apesar de partilharem o mesmo vício (do latim Vitium, falha ou defeito) de caráter. Aécio Neves da Cunha acredita pertencer à alta nobreza da política nacional. Reputa-se um gênio ante os homens e irresistível às mulheres. Presunçoso, crê que pertence àquela categoria de homens tenazes, progressistas, persistentes, responsáveis pela construção de uma nova era para o Brasil. Sua vaidade beira a demência. Dono de costumes nada ortodoxos através de instrumentos de prazeres extemporâneos e fugazes, trafega com habilidade pelo disfarce, carinha de bom moço bem humorado, mas que na intimidade revela-se sectário, agressivo. Frequentemente é dado a euforismos fora de propósito, sem razão aparente, muito provavelmente fruto de seus hábitos bizarros. Como um camaleão, circula altivo pelos corredores da situação e da oposição. Sempre dança de acordo com a música, nunca fora do ritmo. Evidente que, mesmo em termos biológicos, essa descrição sumária não retrata a essência da personalidade conflitante do senador Aécio Neves. Ele tem muito mais a apresentar, principalmente no campo das mazelas pessoais. Tal qual Hamlet quando jovem, Aécio ainda não adquiriu maturidade emocional para realizar o que dele espera seus áulicos, e acredito nunca o conseguirá. Hamlet foi assassinado no exato momento em que estava preparado para se tornar um grande rei. Certamente que isso não acontecerá com Aécio, não se tornará nada além do que já conseguiu até aqui, haja vista sua imaturidade latente, vida fútil e deslustrado caráter. É um eterno playboy, mente com desenvoltura, troca de mulheres com a mesma freqüência do vestuário, aparece em Minas ( estado que o elegeu) só quando é muito necessário ou para algum evento de projeção nacional, fora isto está sempre nas baladas do Rio de Janeiro-é o quarto senador do Rio. É um eterno adolescente, recusa-se a crescer. No entanto sabe jogar muito bem para a mídia, quando não a coopta com generosas verbas publicitárias aqui em Minas onde gastou quase 1,5 milhão-do dinheiro público- com auto promoção nos últimos 10 anos. Tem como fiel escudeiro em Minas, Antonio Augusto Junho Anastásia, o ungido por ele governador, uma dessas marionetes movidas por maquinação secreta, sem vontade própria ou qualquer faro político. É o testa-de-ferro do seu mentor em uma variedade de transações, a maior delas a farsa do choque de gestão (Minas deve 70 bilhões, arrecada 35/ano e só de juros paga 5 bi). Representa e se presta às maquinações políticas e extra-classes de Aécio. A exemplo do chefe, um poço de vaidades. É um caso típico de artigo descartável, supérfluo, de uso serviçal enquanto útil. Vive em eterno conflito entre a perspectiva de uma liderança intelectual e a autoridade que lhe outorgou seu preceptor. Sozinho não representa qualquer risco. No entanto, monitorado pelo astuto Aécio é uma ameaça de fato e de direito. Aécio e Anastásia, um par perfeito e pérfido, dissimulados, a serviço exclusivamente da ganância do primeiro. Faço uso aqui de uma frase de Gramsci adaptando-a para melhor explicar o sinistro ex-governador de Minas: Aécio Neves não é apenas um indivíduo, é sim um tipo social. Por isto, deve ser conhecido, estudado, discutido e superado, para o bem do Brasil. Jeferson Malaguti Soares Ribeirão das Neves/MG

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